Naquela tarde de sol gelado, ela dirigia pela congestionada avenida sem qualquer anúncio de boa vontade. Desanimada com a certeza de que o seu benquerer não corresponde ao seu querer, julgou sem graça, tanto ela mesma com a vida.
O decorrer do dia seria melancolia, se por um breve instante não notasse o motoboy de meia idade parado a sua frente no farol que transportava a mais simples de todas as verdades:
Na calçada do lado esquerdo do motoboy, a espera do sinal verdade para cruzar a outra avenida encontrava-se uma jovem mãe. Ele, não conseguindo distorcer o pescoço, parecia estar magnetizado pela aquela figura feminina. Contudo, dois segundos depois, uma jovem estudante atravessou a faixa de pedestre na sua frente, ele, quase que instantemente, desviou o olhar da jovem mãe e fascinado focou agora na jovem estudante. Quatro segundos depois, parou ao seu lado uma mulher guiando uma lambreta e ele, mais uma vez, desviou o olhar de seu atual encanto e concentrou todo seu novo entusiasmo na mulher na lambreta.