Mostrando postagens com marcador conto comprimido. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador conto comprimido. Mostrar todas as postagens
Chovia e o céu me dizia: - é melhor roupa molhada do que furada.
Todo final de tarde, ela sentava perto da velha persiana e mesmo sem removê-la do caminho, admirava a paisagem. Foi assim por muitas floradas. Até que em um dia comum, daquele que tudo parece estar em reprise, uma forte ventania sujeitou a abertura da janela e da parede mofada desenraizou a persiana amarelada. Naquele mesmo final de tarde, a paisagem, feroz, invadiu a morada daquela que nunca soube apreciá-la e dela despiu com rigidez a cortina da epiderme. O que sobrou, de tão amedrontada perdeu-se pelo ar. 


Ele não veio com a cabeça feita
suas linhas estavam pontilhadas
na espera da meada nada perfeita
e de suas melhores gargalhadas.

O Destino rei 

Era noite, não como uma, das mil e uma, mas Sherazade, a bailarina, contava sua história enquanto sua alma movia seu corpo ao som do qanun. Tendo o luar como exclusiva companhia, o momento era como pausado no tempo, até que absorvida, não percebeu o quanto seguia e depois de um longo e perfeito deslocamento, seus pés tocaram algo mais permanente, ela cessou os movimentos.

Largado no meio do descampado o punhal jurou que seu antigo companheiro era agora defunto, ele não imaginava que na verdade havia sido esquecido. Tristonho, sentindo-se solitário foi o toque dos pés daquela que bailava que recuperou seu luzente, e o punhal voltou para a companhia da cintura.

Logo depois de topar com o imponente punhal, a bailarina não teve outra escolha senão trazê-lo consigo, afinal ele era por demais elegante para permanecer entre os desmazelados. E assim, com ele enlaçado em sua cintura, continuou a reverenciar o luar.

O grão de café assim que caiu do saco de estopa sabia, tal ação era presente do destino, a felicidade não escondeu a gratidão, mesmo sabendo que algo em troca estava por vir. 
Quando Sherazade pisou no púrpuro grão, foi transformada na mais bela monarca, borboleta.

Conto publicado no Sweek, clique aqui e leia tb por lá ;)

Ao ponto de cometer mais uma falcatrua, sua honradez sumiu de vez.  Ele então aproveitou o momento e roubou a alma de si mesmo.

....  ele se deu conta que suas palavras sem sons eram ouvidas somente na mente daqueles que sabiam ignorar os tantos ruídos vazios.


Ele voltou-se para ela, abraçou suas mágoas e disse: - Por que tentamos interromper a chuva, se a tempestade é inevitável?


Pelo som da subsistência, ela acordou moderada ... E logo, sua alma ficou como gemada...



Cansado do discurso combinado, ele desabafou para aqueles que conheciam o significado de realidade:
- Tivemos tantos muitos em nadas, que o vazio ainda se faz presente.

Estava sentado no parque engolindo frustrações quando ao meu lado alguém me disse: - Sabia que você pode voar?  Eu perguntei como e a pessoa respondeu: - Basta fechar os olhos.