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4/28/2013
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Os personagens:
Aldo, 43 anos, casado três filhos, policial;
Malba, 36 anos, divorciada, um filho, cabeleireira;
Baldo, 19 anos, quarto filho de uma família de sete, não conhece o pai, vive praticamente na rua, não completou o primário, moleque.
Aldo, 43 anos, casado três filhos, policial;
Malba, 36 anos, divorciada, um filho, cabeleireira;
Baldo, 19 anos, quarto filho de uma família de sete, não conhece o pai, vive praticamente na rua, não completou o primário, moleque.
Tudo começa em um dia como outro qualquer, a singela cabeleireira desperta sem anúncio do que estava por vir. Ela troca de roupa, arruma os cabelos, toma café preto e segue nem alegre, nem triste para o trabalho.
No mesmo instante em que na calçada tocam seus pés, o policial do outro lado da cidade olha enfastiado o relógio e constata o início de sua dupla jornada.
Não muito longe do caminho entre o salão da cabeleireira e o patrulhamento do policial, o moleque traga tranquilamente mais uma dose de sua única fonte de carinho e compreensão.
O dia se arrasta, a cabeleireira trabalha paga impostos, sonha com a casa própria e nunca cruza com o moleque. O policial trabalha, tem dificuldades de pagar as contas mesmo não tendo casa própria e cruza duas vezes com o moleque.
O moleque fuma, cheira, bebe, fica vagando pelas esquinas, vislumbra vitrines, deseja inclusão e cruza com policiais, civis e traficantes.
Perto do crepúsculo, ao som de buzinas e passos rápidos a cabeleireira se despede da última cliente, arruma o salão e uma hora depois está mecanicamente a caminho do ponto.
Já o policial totalmente esgotado ainda ruma para sua última ronda.
O moleque, agora acompanhado de dois amigos é tomado por extrema energia e coragem, afinal o que fez ele durante o dia? Junto com seu bando, segue para a saída do metrô, a multidão fria e distraída é uma prato cheio de oportunidades.
A cabeleireira chega à sua estação e segue para a saída do metrô.
O policial dobra a última rua de sua longa jornada.
O moleque a esmo, bate os olhos na cabeleireira e marca o alvo. Ela ocupada com seus próprios problemas caminha pela rua.
O moleque começa a perseguição esperando o momento chave.
O policial cruza o mesmo caminho, percebe a cena, contudo nada ainda aconteceu. Por um segundo até pensa em abordar o moleque, mas no segundo seguinte lembra que já está atrasado para seu bico de segurança no baile de hoje à noite.