Todas as manhãs, ela despertava macia, quase tão lenta quanto a pena surfando na brisa, a calmaria exalava por entre sua delicada beleza lilás. Ela passava pelas horas feliz, no entanto, nada sabia sobre o êxtase.
Já para ele, as manhãs eram como as migrações dos gnus, agitadas, animadas, perigosas. Sempre foi concretizador, mas nunca conseguiu experimentar a tão famosa serenidade.
A vida seguiria assim, um em cada ponta do viver, por sorte, ou melhor por mando do grande universo, depois de uma longa noite de calor intenso, o amanhecer recebeu a incomum visita do decidido vento e este arrastou consigo uma pequena porção lilás apenas para entregá-la ao sumo negro postado entre a circular terracota. A infusão de um com o outro provocou tamanho equilíbrio que sua força sucumbi a dualidade, ela e ele aprumaram a trindade e o novo ser aflorou, se apaixonou.
Conto publicado no Sweek, clique aqui e leia tb por lá ;) |